- 29/09/2022
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A Feira de Santa Iria realiza-se todos os anos em Tomar desde o século XVII. Apenas situações invulgares, como foi a pandemia em 2020 e 2021, levaram à sua interrupção. Habitualmente, está aberta durante dez dias, que incluem 20 de outubro, data dedicada à padroeira da cidade. Nesse dia, a imagem da Santa é levada em procissão, com a presença de grande número de crianças das escolas do concelho, que lançam pétalas ao rio, evocando o seu martírio.
A Feira foi criada por carta real de Filipe III de Portugal, datada de 3 de outubro de 1626, vindo assim substituir o certame anterior, dedicado a Santo André. Afirmam os documentos ser então feira de tendeiros, sirgueiros, sombreireiros, canastreiros, merceeiros, cordoeiros, ourives, sapateiros curtidores, oleiros, taberneiros, peixeiros, vendedores de legumes, de pão, de alhos, cebolas e esteiras de castanhas, de ferramentas e alfaias, peneiras e varas, de caixotaria, de cobertores e de panos.
Ainda durante grande parte do século XX, era a ocasião para muitos moradores do concelho e das redondezas fazerem os seus aprovisionamentos para o inverno, fosse de roupa e calçado, de alfaias ou até de produtos alimentares.
Com a modernização dos canais comerciais, a Feira perdeu esta preponderância mercantil, embora continue a acolher muitos vendedores. Porém, os equipamentos de diversão e os espaços dedicados à gastronomia, bem como a animação musical, são hoje a grande atração, que faz da Feira essencialmente um espaço de convívio e de tradição sempre renovada.
Característica peculiar é a Feira das Passas, que resultou do significativo número de produtores de frutos secos na região, que aqui os escoavam no momento certo da sazonalidade. Apesar de a sua quantidade ser hoje reduzida, o espaço continua a ser um dos mais procurados pelos visitantes.
Mais recentemente, o Município tem também aproveitado o certame para a promoção de outros produtos locais, como os vinhos, o mel ou o azeite.